CastanheiroNo cimo daquele outeiro
Debruçado o castanheiro
Morre de sede e fadiga
Torcendo os braços ao vento
Dando à visão um tormento
Sobre uma rocha inimiga
Tão velhinho e tão mirrado
Choro cantandoQuem chora seu mal aumenta
Quem canta a dor afugenta
Corre em busca da ilusão
Por isso, pelo mundo fora
Quem canta por vezes chora
A dôr do seu coração
A cantar também apago
Fado AnadiaEu sei que no céu profundo
Nunca brilhou minha estrela
Sinto que a vida do mundo
Jamais poderei vivê-la
Penso que a vida que vivo
Não passa duma ilusão
Pois não encontro o motivo
Fado AntigoCorria a vida, voava
Surgiste no meu caminho
E o tempo quando passava
Passava devagarinho
Antes ceguinha ficasse
Naquela maldita hora
Se em vez de ver-te cegasse
Fado da DefesaLembras-te da nossa rua
Que hoje é minha e já foi tua
Talhada para nos dois
Foi aberta pela amizade
Construida com saudade
Pro amor morar depois
Fado das HorasChorava por te não ver
Por te ver eu choro agora
Chorava por te não ver
Por te ver eu choro agora
Mas choro só por querer,
Querer ver-te a toda a hora
Mas choro só por querer,
Fado MenorSe amor me nao queres ter
Para que me olhas assim
Ai ninguém precisa saber
Que ja nao gostas de mim
Deste-me o teu coração
Eu so te mostrei rancor
Ai essa contradição
MentiraMentiste sem piedade no momento
Em que juraste ter-me eterno amor
Fizeste uma promessa sem valor
Não te assustou o falso juramento
Mentiste cruelmente nessa hora
Mentiste sem piedade nesse dia
Mentiste sem ter dó do que sofria
Nosso fadoQueria deixar de pensar
Em quem não posso esquecer
É tão grande a minha luta
Sempre a pensar sem o querer
Não queiras prender de novo
Os laços que o tempo solta
Amor que foi, já não é
Os teus olhosPor esse mundo de Cristo
Há olhos grandes aos molhos
Mas em nenhuns tenho visto
A grandeza dos teus olhos
Dizes que para estar comigo
Não galgas montes nem escolhos
Guarda as palavras contigo
Quatro versosA quadra que Tenho visto
Que maior amor traduz
Foi escrita por Jesus Cristo
Nos quatro braços da cruz
Em quatro versos somente
Essa poeta divino
Escreveu com o sangue seu hino
Sou felizMeu amor olha p'ra o mar
Para veres a cor dos olhos
Que ao nasceres Deus te deu
Olha bem longe e verás
Como ao longe se confundem
As cores do mar e do céu
Oh meu pobre coração